Thiago Linhares - NEURO.jpg

Seja meu parceiro

 

Tenho fobia a voar de avião, como posso tratar?

A fobia a voar, em especial em um avião, é um dos temores sociais mais comuns. Remor (2000) ressalta que o IBOPE apontou que 42% dos brasileiros tenha medo de voar em algum grau. Algumas destas pessoas acabam por evitar voar, causando sofrimento e diversos inconvenientes, tanto na perspectiva pessoal quanto na profissional.

 

A forma de lidar com esta fobia através do enfrentamento é uma das principais alternativas utilizadas pelos psicólogos ao redor do mundo. Entretanto, há um custo elevado e dificuldades de controlar as diversas variáveis no caso de exposições in vivo, fazendo com que o desenvolvimento tecnológico trouxesse alternativas, como os voos simulados em realidade virtual (CAMPOS et. al., 2016).

 

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) congrega diferentes técnicas que associam a perspectiva cognitiva com procedimentos e métodos comportamentais. Desta forma, permite que haja uma combinação não teórica de estratégias cognitivas e comportamentais (KNAPP; BECK, 2008), dentre as quais tem crescido o uso das terapias de exposição à realidade virtual.

 

O desenvolvimento tecnológico, da internet das coisas (IOT) e os processo de automação, tem cada vez mais se aproximado das ciências da saúde, oferecendo soluções inovadoras para o suporte ao bem-estar humano. Tais fatores tem transformado a realidade virtual em um importante aliado da terapia cognitivo-comportamental na contemporaneidade (WENDT, 2011).

 

De acordo com Carvalho, Freire e Nardi (2008, p. 65), "a introdução de novas tecnologias no campo da saúde mental pode ser uma forma de potencializar a eficácia ou expandir possibilidades de diagnóstico e intervenção de tratamentos tradicionais". Eichenberg (2012) entende que a realidade virtual possa ser a vanguarda da interface entre usuário e os meios computacionais, através da aproximação dos processos tridimensionais, da interatividade e da geração de um senso de presença.

 

Essa perspectiva trazida pelo senso de presença torna-se peça fundamental no processo de intervenções psicoterápicas (WIEDERHOLD; WIEDERHOLD, 2005), haja vista que o paciente submetido ao processo se sente parte ativa no ambiente simulado, gerando sentimentos, emoções e comportamentos semelhantes aos da realidade, ainda que mediados pela tecnologia.

 

Dentro deste cenário, vale ressaltar que a realidade virtual não substitui o uso das técnicas de uma dada abordagem psicológica. No entanto, a mesma pode ser vista como uma técnica complementar, expandindo as possibilidades para o paciente, devendo levar em conta a sua história de vida, condições de saúde, valores, perspectivas e posicionamentos, além dos elementos essenciais da própria psicoterapia.

 

E você, tem alguma fobia específica? Se sente paralisado frente a voar de avião? Mande uma mensagem para mim através do link de contato.

 

 

   

Por: Thiago Linhares
Psicólogo CRP 22/1834

Especialista em Neuropsicologia

 

 

 

Referências

 

Campos, D.; Bretón-López, J.; Botella, C.; Mira, A.; Castilla, D.; Baños, R.; Tortella-Feliu, M.; Soledad, Q. (2016). An Internet-based treatment for flying phobia (No-Fear Airlines): study protocol for a randomized controlled trial. BMC Psychiatry, v.16.
Carvalho, M. R.; Freire, R. C.; Nardi, A. E. (2008). Realidade virtual no tratamento do transtorno de pânico. J Bras Psiquiatr., 57(1), 64-69.

Eichenberg, C. (Ed.). (2012). Virtual reality in psychological, medical and pedagogical applications. InTech. doi: 10.5772/2607.

Knapp, P.; Beck, A. T. (2008). Fundamentos, modelos conceituais, aplicações e pesquisa da terapia cognitiva. Revista Brasileira de Psiquiatria, 30(2), 54-64.

Remor, E. A. (2000). Tratamento psicológico do medo de viajar de avião, a partir do modelo cognitivo: caso clínico. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, 13(1), 205-216.

Wendt, G. W. (2011). Tecnologias de interface humanocomputacional: realidade virtual e novos caminhos para pesquisa. Revista de Psiquiatria Clínica, 38(5), 211-212.

Wiederhold, B. K.; Wiederhold, M. D. (2005). Virtual reality therapy for anxiety disorders: Advances in evaluation and treatment. American Psychological Association. Washington, DC.

 

 

 

Todos os artigos disponibilizados neste site poderão ser reproduzidos e distribuídos com propósito não comercial, desde que os créditos sejam dados ao autor. Reproduções eletrônicas são permitidas, mas devem linkar o artigo original desta página.

"Há muitas maneiras de você se fortalecer, e às vezes falar é a melhor delas."

 

André Agassi - Tenista